Ainda não sabe se juntou grãos de areia
E cresceu
Ou se o mar
De repente
Evaporou
A rocha emergiu
E viu finalmente o brilho do Sol
Longe da lente aquática
Que borrava sua luz
O mar, seu grande inimigo
Mereceu ser ressequido
Afinal era muito egoísmo
Deslumbrar o céu sozinho
O mar nada fez senão
Ser o que foi destinado a ser
Volume de água salgada
Fonte de vida
Numa rotina turbulenta em superfície
Agravada pelo vento
E calmo no interior
A rocha
Agora sozinha
Na sua imensa forma
Contempla um cemitério de peixes
Espinhas, conchas e areia
E seu maior desejo
É que a chuva traga novamente o mar
Para arrebentar ondas em sua face
E mergulhar novamente os olhos
Naquela serena profundidade

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