A pele repuxada do canto das unhas
Revela o açoite de uma ansiedade inventada
Uma dor de poeta que sem sofrer nada
Agoniza palavras e as tornam testemunhas
Chora um mar inteiro dentro do peito
Dói o estômago como fogaréu que consome palha
Sobe até a garganta o gosto da tristeza
Despedaça o coração e o vento espalha
Onde estão as cores?
Por que o arco íris é acinzentado?
Há quem diga que inventa dores
Só para ser valorizado...
"Todos encontram seu lugar no mundo!"
"Eu nem força tenho para sair do fundo!"
A assombrosa culpa vem e o arrebenta
É avassalador, a sanidade não aguenta
Respiração profunda, suspiro de escravo
Pernas cansadas, pesadelo acordado
Angústia sem sentido nem explicação
Não se engane, isso tem nome: chama-se depressão!

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