O que são grandes momentos senão a consciência dos mesmos?
Ora, um bebê mesmo que planejado, surge a partir do
conhecimento de sua existência e não do dia exato em que foi concebido. Assim
também acontece com a felicidade.
Quem sabe ela esteja no livro que aguarda silente na
prateleira o dia em que mãos e olhos curiosos hão explorá-lo. Talvez, ela anda
escondida na aula de dança que só vem à mente quando um filme romântico exibe
dançarinos à meia luz, ou então, na viagem aventureira com mochilão nas costas
e cabana montada no meio do mato. Mas quero te levar além!
Pense no que te faz sorrir. Puxe os flashes de tudo o que
fez brotar um sorriso intenso, gostoso, daqueles que contagiam, como gargalhada
de bebê.
Logo você terá voltado à infância, no dia em que
bravamente escalou uma árvore. No dia em que desceu velozmente com sua
bicicleta na rua íngreme, com vento bagunçando os cabelos e frio na barriga. No
dia em que fez o maior golaço na escola e foi levantado pelos colegas. No dia
que encontrou um passarinho caído e cuidou dele até vê-lo voar. No dia que viu
o broto do seu feijão no algodão. No dia que levantou a corda de varal que
servia de rede de vôlei na rua para os carros passarem. Ou naquela noite em que
vocês decidiram estourar pipoca numa panelha velha em um fogão improvisado com
tijolos na calçada. Ou da debandada geral depois de ouvir um grito de um colega
após horas de estórias de terror.
Vamos, eu tenho certeza que está se identificando. Mas
não para por aqui. Sei que a adolescência é sinônimo de felicidade e vou te
provar!
Lembra do dia que largou o uniforme azul marinho e
finalmente vestiu as calças jeans? Fala a verdade, você se sentiu o
máximo! E aquela ansiedade pela primeira
aula do colegial? Os materiais estavam prontos praticamente um mês antes das
aulas! Teve ainda aquele dia inesquecível que seus amigos decidiram brincar de
“batizar” os tênis uns dos outros. E o correio elegante das festinhas juninas
da igreja? Todo mundo queria ganhar um.
Impossível não lembrar o primeiro beijo, desengonçado e envergonhado. E
do dia que ganhou um anel feito de lacre de pão de forma. E a camiseta escolar
com assinatura de todos os colegas. E aqueles cadernos com diversas perguntas para
responder. E dos bailinhos de garagem. Tanta memória boa!
Mas a vida continua e nos tornamos adultos. Aqui parece
que as coisas vão estacionar... Mas não vão!
Até aqui você conseguiu perceber, ou melhor, relembrar
quantas coisas memoráveis aconteceram em sua vida.
Às vezes, tudo o que a gente precisa para acalmar os
ânimos é respirar fundo e buscar a sabedoria da gratidão. Sei que parece
clichê, principalmente se você está passando por muitas dificuldades, mas eu te
peço um voto de confiança, afinal, as melhores receitas da vida costumam mesmo
ser simples!
A alegria quando se conquista o primeiro emprego é tão
boa quanto gastar o primeiro salário! Você logo sai contando para todo mundo e
a auto confiança ganha força. E aquela reunião importante em que você teve que
discursar na frente de todos, vai dizer que não foi uma aventura? E a menina
linda que cruzou o teu caminho e te deixou maluco? E o dia em que você teve
coragem de chamá-la para sair? Lembra o que sentiu quando ela aceitou?
Agora a aliança de compromisso não é mais feita de lacre
de pão de forma. É de prata. Fala sério, você ficou nervosão na hora de encarar
o futuro sogrão! Lembra da primeira grande briga por ciúme? E da reconciliação?
Lembra do pedido de casamento? Cada um o faz de um jeito especial. É quando os
dois dizem sim um ao outro que se inicia uma nova jornada, uma nova família.
Família...
Como foi quando soube que seria papai ou mamãe? Lembra o que foi dito no início?
Levou um tempo até você receber a notícia... Mas o seu
filho já estava lá!
A felicidade é como o vento, está em todo lugar, mas a
gente só sabe quando sente! Você não tem o controle do vento, mas sabe o que
prefere sentir!
Se mesmo após toda esta leitura você ainda não tiver
motivos para sorrir, eu digo: sorria sem motivo! Afinal, as melhores sensações
da vida simplesmente não têm explicação!
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