Escuta!
Eu sei que ouvem os anjos Também sei dos ouvidos tortos, perdidos Dos que recolhem os bramidos Dos que cultivam desarranjos Ah eu sei, o fazem por amor! Pelo desejo incessante de proteção Pela justiça que pulsa no coração Para provar o outro com ardor E os espinhos são renascidos um a um: Vejam, não é uma rosa, é espinheiro! É perverso, sorrateiro! Ali, não há perfume algum! Sem perceber, vão se agarrando à valentia Impensada, irrefletida, arredia! Um erro encoberto Um destino deserto Enquanto isso, há o amor Que chora na alma, a mancha do desatino Que questiona, na dureza irrompida, o destino E que perdoa, às custas de imensa dor Há o amor, intenso, forte Pelas sementes plantadas no ventre E desde agora até após a morte Nada há mais valioso que a adentre Por isso eu entendo E não desejo ser compreendida Ainda assim, recomendo Ali não há só uma vida Todos somos um O Pai, também é um Olhemos com coragem o céu Peçamos: Pai, retira-nos o véu! Quem sabe assim Floresça um jardim O da compre