A praga do súbito
E
a inspiração me abandonou.
Me
deixou refém do cortador de grama do vizinho
Do
estrondo infernal das suas lâminas
Que
cortam muito mais que grama
Amputam
pensamento
Aniquilam
paz.
Ele
desligou a máquina...
Eu
corro!
Tento
mergulhar a mente em algo profundo
E
quando uma frase quase nasce
O
barulho vem e me embaralha.
Tento
ao menos descrever ou
Poetar
o incômodo torturante.
É
como um dedo cortado com papel
Uma
ferida minúscula, doída
Esquecida
num instante
E
relembrada a cada vez
Que
lavamos as mãos.
Então
o cortador emudece de vez
Mas
já estou desconcertada...
Agora
não tenho mais o som estridente
E
nem o silêncio de antes
Para
escrever.
Comentários
Postar um comentário