Diálogo: Ensinamento e ação
O Mestre estava reunido com seus aprendizes e lhes perguntou:
- Irmãos, todo bom pensador entrega de si um ensinamento importante. O que vocês têm a dizer sobre isso?
Então, um aprendiz logo ergueu a mão e tendo o consentimento da palavra, disse:
- Lembro-me de Platão que disse: "tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo".
Outro aprendiz logo se pronuncia:
- Eu me recordo de Cícero: "Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la".
Outro também se faz ouvir:
- Pensei em Confúcio: "Aquilo que escuto, esqueço, aquilo que vejo, eu lembro e aquilo que faço, aprendo".
Muitos se pronunciaram, menos um aprendiz, que recolhido ao fundo, mantivera-se apenas observador.
O Mestre então, volta-se ao aprendiz calado, coloca sua mão direita em seu ombro e pergunta:
- E tu, que pensas?
- Ó Mestre, estava a anotar os pensamentos discorridos aqui nesta assembleia. Estava a conjecturar os pensadores aqui citados e o que ambos possuem em comum. Percebi que cada pensamento converge no tange à ação. Tantos anos se passaram e nós temos acesso às suas palavras, graças àqueles que se dispuseram a registrar suas descobertas em livros ou pergaminhos. Penso o que seria de nós se a aprendizagem tivesse que vir apenas da nossa própria capacidade de observação das suas ações. Estaríamos mesmo conscientes e despertos para absorver as lições no mesmo instante em que elas ocorrem? A conclusão a que chego, respeitável Mestre, é que a escrita, longe de ser filha do ócio, também é ação.
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